Como eu pude ficar intimidada
por uma pergunta feita por uma mulher tão comum e ordinária e que está ‘abaixo’
de mim? é o que passa pela cabeça da estilista. A cena em questão me trouxe
algumas reflexões, mas acho pouco provável que ela aconteça em qualquer
programa de TV da atualidade, e vos dou dois motivos para isso.
O primeiro é quanto à pergunta o que é moda?. Hoje em dia, poucos são os que têm a coragem de fazer esse
questionamento, seja para alguém, seja para si mesmo. Supostamente a moda está
em tudo e em todos, e por ser onipresente, não há vontade de questioná-la ou
defini-la. Seria o mesmo que perguntar quem é Deus? em uma sociedade predominantemente
cristã. Uma pergunta aparentemente sem sentido, da qual se ri, quando, na
verdade, poderia gerar reflexões interessantes.
O segundo motivo é quanto à
resposta. Hoje o acesso à informação (e também sua produção) é livre, fácil e
rápido e qualquer um pode obtê-lo. A informação, que é uma mercadoria, tem
valor e gera fetiche, como qualquer outro bem de consumo. Entretanto, como um bem
de consumo não palpável, é mais facilmente falsificada, fingida, ultrajada, e
qualquer um que queira se aproveitar de uma audiência propícia a ser enganada
pode fazê-lo. Assim, ao ser indagado sobre o significado da moda, é mais
apreciado responder qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, do que ficar em
silêncio. O que é uma pena, porque o silêncio às vezes é uma bênção.
Pra fechar, um desabafo já clássico proferido pela amiga Cecília:
Pra fechar, um desabafo já clássico proferido pela amiga Cecília:
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